São Paulo – Importadora de VUCs, Veículos Urbanos de Carga, da marca chinesa Nextem, a Fever Mobilidade montou plano agressivo para o mercado brasileiro, que envolve a montagem local dos veículos elétricos com foco na distribuição urbana. O board da companhia chinesa esteve no Brasil em outubro e assintou um protocolo de intenções com o governo do Estado de Santa Catarina, onde deverá ser instalada a futura fábrica.
Segundo o CEO da empresa, Nelson Fuchter Filho, o plano de produção local é de curto prazo, para daqui a dois anos: “Será em Santa Catarina, onde fica a sede da Fever. Até lá precisamos ganhar mercado e ter um volume de vendas anual que justifique a montagem local dos veículos elétricos da Nextem. Temos um plano comercial agressivo para 2025 e 2026”.
A montagem local depende diretamente do crescimento das vendas. O objetivo não é a redução do preço dos VUCs, “pois já são bastante competitivos”, mas as entregas para os clientes poderão ser feitas em menor prazo de tempo. Também será viável exportar para toda a América do Sul.
Segundo o executivo usar o Brasil como base exportadora para diversos países próximos faz parte do acordo com os chineses, que têm bastante interesse em avançar na região.
A Fever Mobilidade iniciou a operação dos VUCs com o modelo FN1000 no começo de outubro, quando abriu a pré-venda. Trouxe para o País 132 unidades para comercializar até dezembro, em quatro versões: uma chassi cabine e três já com o implemento. A ideia, segundo Fuchter Filho, é que os clientes possam já colocar o veículo para rodar, sem precisar esperar o prazo que as fabricantes de implementos requerem para instalar o compartimento de carga, além de oferecer uma garantia única para o VUC.
A expectativa é de um mix de vendas de 50% para os modelos equipados com baú de 5,2 m³ e de 3,8 m³. A picape com implemento de alumínio deverá ficar com 15% das vendas e o restante será do modelo chassi cabine.
Para o ano que vem a Fever espera vender 2 mil unidades, com o reforço de mais um modelo maior que será lançado e já está em testes com alguns clientes, com implemento de 12 m³, que chegará em abril e representará 35% da demanda. Ele será destinado ao segmento de movimentação de alimentos, bebidas e mercadorias, para transportes do Interior para a cidade de São Paulo – o executivo citou como exemplo empresas que trazem seus produtos de Cajamar e do ABC paulista para a Capital, uma vez que ele terá autonomia de 200 a 250 quilômetros com uma única carga.
Com dois modelos no mercado nacional a Fever projeta ser possível vender quinhentas unidades por mês a partir de 2026, na projeção mais otimista, enquanto na mais conservadora este volume chegará em 2027, justificando o desenvolvimento da fábrica local para montagem dos produtos. A nacionalização ajudará no atendimento mais rápido dos clientes, pois atualmente o lote importado demora de sessenta a setenta dias para chegar no Brasil.
Para chegar a este volume a empresa também aposta no preço dos seus veículos elétricos para distribuição urbana, que é até 15% mais barato do que um concorrente com motor a combustão. Outro ponto que deverá ajudar na conquista de novos clientes é o custo menor de operação, uma vez que o VUC elétrico gasta R$ 15 para rodar 100 quilômetros e o modelo a combustão gasta cerca de R$ 85, segundo os cálculos da Fever.
A Fever encerrará este ano com rede de dezessete lojas, número que deverá crescer em 2025 pois diversas negociações estão em andamento, segundo Fuchter Filho. A intenção é chegar a cidades relevantes nas quais a empresa ainda não está presente, mirando para municípios em Estados como Bahia, Mato Grosso e Interior de São Paulo e para regiões que já possuem pelo menos uma loja, caso de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e a cidade de São Paulo.
Pós-vendas
A Fever arquitetou parceria com a Bosch para atender seus clientes de pós-vendas nos centros de serviços da sistemista, que possui mais de 1,1 mil pontos de atendimento no País: “Fizemos uma parceria legal com a Bosch. Eles conseguem acessar o nosso estoque de peças de forma online a partir de qualquer uma de suas unidades de serviços, agilizando o processo para solicitar uma peça para o cliente. Desta forma conseguimos atender com a mesma velocidade um cliente no Sul ou no Norte do País”.