Em entrevista à MundoLogística, o CEO da Fever destacou que o FN1000 oferece uma revolução no mercado de veículos urbanos de carga, com benefícios financeiros e ambientais para as frotas brasileiras.
Publicado em 28/11/2024 — por Fever Mobilidade (Publicidade)
https://mundologistica.com.br/noticias/fever-mobilidade-impulsiona-logistica-verde-com-fever-nextem-fn1000
A Fever Mobilidade deu um importante passo na eletrificação do transporte urbano brasileiro ao lançar o veículo urbano de cargas Fever Nextem FN1000, desenvolvido em parceria com a fabricante chinesa Nextem. Com preço competitivo — a partir de R$ 199.990 — e custos operacionais mais baixos que os caminhões a diesel, o FN1000 promete transformar o mercado de veículos urbanos de carga (VUCs).
Em entrevista à MundoLogística, Nelson Füchter Filho, CEO da Fever, disse que o lançamento faz parte de uma estratégia para substituir importações por produção local.
“Desde o início da Fever temos como uma das estratégias de longo prazo substituir as importações por fabricação local. No entanto, para se viabilizar uma fábrica de veículos é necessário formar um parque circulante antes. É isso que estamos desenvolvendo com a nossa parceira Fever Nextem”, afirmou.
O FN1000 possui motor de 30 kW (pico), autonomia de 200 km e capacidade de carga de 1 mil kg, rodando 100 km por apenas R$ 16,50. Equipado com freios ABS, controle de estabilidade e ar-condicionado, o modelo conta com suporte pós-venda da rede Bosch Car Service.
“Rodando 50 mil km por ano, ao final de cinco anos, o proprietário terá uma vantagem financeira quase equivalente ao preço de um caminhão 0Km, ou seja, ele terá deixado de gastar mais de R$ 150 mil em combustíveis, manutenção e peças durante o seu trabalho”, destacou o executivo.
O CEO também ressaltou os planos da companhia. “Serão dois anos ainda de intenso trabalho até vermos o primeiro Fever Nextem brasileiro, mas a notícia boa é que já foi dada a largada. Vamos com tudo para nos tornarmos uma das primeiras montadoras de veículos comerciais 100% elétricos do Brasil”, enfatizou.
MUNDOLOGÍSTICA: Qual é a visão estratégica da Fever ao trazer uma fabricante chinesa de caminhões elétricos como a Nextem para o Brasil, especificamente em Santa Catarina?
Nelson Füchter Filho: O Brasil é um país desafiador. Tem um mercado muito grande ao mesmo tempo que oferece barreiras ainda maiores para o desenvolvimento dos negócios. No caso do mercado de veículos, isso não é diferente. Desde o início da Fever temos como uma das estratégias de longo prazo substituir as importações por fabricação local. No entanto, para viabilizar uma fábrica de veículos é necessário formar um parque circulante antes. É isso que estamos desenvolvendo com a nossa parceira Fever Nextem. A Nextem enxerga o Brasil como o centro do mercado da América Latina e quer ter uma planta aqui para atender com mais eficiência todo esse grande território. Santa Catarina é uma decisão natural porque a Fever nasceu aqui, tem um ótimo relacionamento com o governo estadual, e possui uma infraestrutura ótima para importação e exportação por meio dos seus cinco portos. Além disso, o estado já tem tradição industrial, oferecendo mão de obra de qualidade e uma cadeia de fornecedores de primeira grandeza.
Como a Fever enxerga o impacto dessa fábrica na expansão da mobilidade elétrica no Brasil, especialmente no setor de transportes pesados?
Como falamos, a fábrica é o segundo passo da Fever Nextem no Brasil. Começamos pela oferta de duas linhas de veículos comerciais 100% elétricos via importação. A qualidade, o excelente custo operacional e o correto posicionamento de preço são os ingredientes que transformarão os veículos de importados para nacionais. Produzir aqui significa ter mais imunidade às oscilações econômicas como o câmbio, mas também nos dá mais possibilidades de atender outros tipos de clientes, já que os implementos a serem instalados nos caminhões terão ainda mais sinergia com o desejo do consumidor local. Com a produção dos caminhões Fever Nextem no Brasil, a mobilidade elétrica nacional terá ainda mais motivos para acelerar a transformação tecnológica do setor.
Há uma demanda crescente por soluções sustentáveis. Como a produção de caminhões elétricos da Nextem pode ajudar a impulsionar uma cadeia logística mais verde no Brasil?
A eletricidade aplicada à mobilidade é algo revolucionário que está impactando fortemente a indústria automotiva, em geral. A produção local dos caminhões Fever Nextem trará ainda mais segurança para quem quer aderir à nova tecnologia, mas ainda tem receio de investir em um veículo importado. Essa nova tecnologia permite que um caminhão elétrico possa ser montado com uma fração das peças de um caminhão tradicional a combustão, o que melhora sua performance operacional, aumenta sua vida útil e torna mais barata a sua manutenção. Ao contrário do que muita gente imagina, o grande motivo pelo qual muitas empresas estão decidindo eletrificar a sua frota de trabalho não tem nada a ver com a sustentabilidade, mas sim com resultados financeiros. Um caminhão elétrico Fever Nextem tem um custo operacional de R$ 16 a cada 100 km rodados, enquanto um caminhão similar chega aos R$ 100 para rodar a mesma distância. Isso muda completamente a planilha de custos do dono da frota. Rodando 50 mil km por ano, ao final de cinco anos, o proprietário terá uma vantagem financeira quase equivalente ao preço de um caminhão 0 km, ou seja, ele terá deixado de gastar quase R$ 200 mil em combustíveis, manutenção e peças durante o seu trabalho. Em paralelo a esse resultado financeiro, vem a sustentabilidade, pois o caminhão elétrico muda tudo no que se refere à emissão de gases e ruídos e também no tocante à qualidade do ambiente de trabalho. Um caminhão de pequeno porte a diesel emite cerca de 235 g de CO2 a cada km rodado, enquanto o elétrico não emite nada. É uma verdadeira revolução.
O Brasil também é marcado por uma série de desafios logísticos e regulatórios. Como foi esse processo durante as negociações e o planejamento da fábrica?
Esse é um processo longo e possui várias etapas. É um ambiente muito regulado e possui um complexo sistema tributário. Decidir por produzir no Brasil não é fácil, e exige uma boa dose de coragem e determinação. O primeiro passo para o lançamento da Fever Nextem no mercado brasileiro foi a adaptação dos veículos a legislação brasileira e a busca pela homologação nos órgãos regulatórios. Importado ou nacional, todo veículo precisa passar por esse obstáculo para poder circular em todo o território nacional. A segunda etapa é a distribuição desses veículos por meio da nossa rede de concessionárias e a criação de uma rede de assistência técnica. São fatores também complexos, com alta regulação e exigiram grande esforço da nossa equipe. O terceiro estágio é a transformação do sistema de importação dos veículos totalmente prontos para uma fase em que montamos os veículos em regime de SKD (semi desmontados). Logo depois virá a fase em que teremos a montagem completa (CKD), quando o veículo receberá um chassi nacional. Essa terceira fase dará a Fever Nextem um tratamento tributário mais ameno e fará com que nosso market share aumente muito. Serão dois anos ainda de intenso trabalho até vermos o primeiro Fever Nextem brasileiro, mas a notícia boa é que já foi dada a largada. Vamos com tudo para nos tornarmos uma das primeiras montadoras de veículos comerciais 100% elétricos do Brasil!
Além da questão comercial e operacional, uma iniciativa como essa tem impactos na região. Em termos de geração de empregos e desenvolvimento econômico, quais são as expectativas?
Ainda é cedo para darmos contornos definitivos à operação de montagem e fabricação no Brasil. O impacto, sem dúvida alguma, será positivo sob qualquer aspecto quando ela estiver operando plenamente. Nosso projeto apresentado ao governo de SC prevê R$ 65 milhões de investimentos e prevê cerca de 50 empregos diretos, mas nosso planejamento é dinâmico e a todo momento fazemos ajustes para que possamos ser muito assertivos no que buscamos. A economia de SC é muito forte e multissetorial, oferecendo boas condições para germinar projetos como o da Fever. Uma economia como a catarinense se alimenta e se desenvolve a partir de ideias como a nossa.
Considerando o restante do país, existem outras regiões no radar da Fever?
O Brasil é enorme e tem muitas áreas atrativas para investimentos como os da Fever. Será natural analisarmos opções alternativas a Santa Catarina ao longo do desenvolvimento do negócio, não só para montar a fábrica, mas também para implantar estruturas de distribuição e logística. Precisamos agora vender e alcançar o público consumidor de todo o país. O restante será consequência do número de veículos da Fever Nextem que estará circulando pelas estradas do Brasil nos próximos meses e anos. O futuro chegou e é eletrizante!
Reportagem: https://mundologistica.com.br/noticias/fever-mobilidade-impulsiona-logistica-verde-com-fever-nextem-fn1000